Associação SandGames Figueira ganhou em campo mas FPF teve 'decisão injustificável - É por ser feminino?
Com
o título “É assim por ser feminino?” publicamos um comunicado
da SandGames Figueira, uma associação que têm como fim criar,
desenvolver e promover atividades e ações no âmbito da prática do
desporto e atividade física:
“A
Associação SandGames Figueira vem emitir a sua posição acerca da
situação gerada com o Comunicado nº 69 da Federação Portuguesa
de Futebol e que coloca em causa os valores de transparência e
imparcialidade que o desporto deve preservar.Com efeito, no passado dia 26
junho, realizaram-se na praia de Mira as 3 jornadas referentes ao
Campeonato Nacional Feminino de Futebol de Praia, Série A, de onde
resultou que, das duas equipas que ficaram empatadas em pontuação
com 6 pontos cada, o desempate foi favorável à SandGames Figueira
que, no jogo de confronto direto, venceu por 3-2. Aliás, conforme
consta das fichas de jogo subscritas pelos árbitros oficiais
nomeados pela FPF e dos regulamentos da FPF nomeadamente o artigo 68º
nº 1, alínea a) do Regulamento de Disciplina e o artigo 14º, nº
2, alínea f) do Regulamento do Campeonato Feminino de Futebol de
Praia.
Desde então e até sexta feira
dia 05 de agosto, no calendário oficial, publicado pela FPF,
inclusivamente na sua página oficial, constava a SandGames como
participante na 2ª Fase.
Na sequência do Comunicado
Oficial nº 69 de 02.08.2022 a SandGames foi notificada, em
03.08.2022 do calendário da 2ª Fase, pelo qual foi substituída
pelo Clube União Recreativa de Cadima na 2ª Fase/Meias – Finais
do Campeonato Nacional Feminino de Futebol de Praia, a realizar na
Nazaré nos próximos dias 6 e 7 de agosto.
Diz-nos a FPF, mas apenas após a
nossa 2ª insistência, que “não houve da parte da Secção Não
Profissional do Conselho de Disciplina, decisão em tempo útil de
forma a ser executada sem prejudicar o decorrer da competição e que
os clubes não podem beneficiar de um resultado ainda não
determinado”.
Agradecemos a explicação, mas
não convence. Então não houve tempo desde 26 de junho até agora
para decidir a tempo de não prejudicar uma competição oficial?!
É por não serem profissionais
que os clubes merecem menos respeito? Pelo contrário! O cuidado
devia ainda ser maior porque estamos a falar de voluntários,
dirigentes e jogadoras, que dão o seu tempo à modalidade e de que a
FPF beneficia.
Então, mas agora a FPF criou
novas regras que suscitem dúvidas é?! A falta de comparência não
dá derrota nem multa? Vamos deixar de fazer deslocações grandes
porque não dá jeito e também não há consequências?!
Ou porque estamos a falar de
futebol feminino os regulamentos podem ser “mais ou menos”, não
há problema?! As regras não são as mesmas?
Na verdade, não podemos deixar de
ficar surpreendidos e deveras preocupados com este comportamento da
FPF, que tornou públicos os resultados constantes das fichas de jogo
e criou expectativas a um Clube, que preparou psicológica,
desportiva e financeiramente esta 2ª etapa, para a 3 dias da 2ª
Fase da competição, sem qualquer fundamentação cabal (ou apenas
porque não houve decisão em tempo útil), alterar a situação e
impedir a equipa SandGames de participar numa competição onde
ganhou o direito de estar, cumprindo todas as normas legais.
Se não houve decisão em tempo
útil, devia ter havido porque houve mais do que tempo para isso. Não
houve foi responsabilidade e respeito. As atletas do SandGames
ganharam de forma justa o direito de lutar pelo título nacional, de
serem vistas pelo selecionador nacional e representar a seleção de
todos nós. Não terão essa oportunidade por causa de uma não
decisão absolutamente injustificável da FPF, que nos respondeu, a
pouco mais de 12 horas do inicio da competição, e só porque
insistimos a meio da tarde, e cuja resposta se interpreta claramente
como “não homologámos o jogo porque não quisemos”.
Tudo, para além do elevado
prejuízo financeiro que tal acarreta, tendo em conta que todas as
reservas de alojamento, alimentação e transportes estavam feitas.
Este não é um comportamento
digno do maior organismo de futebol do país, a entidade que tutela o
futebol e que deve zelar pela justiça e verdade desportiva.
De igual forma se estranha o
silêncio da Associação de Futebol de Coimbra, que deixou passar em
branco esta situação, pois até há umas horas, nenhum contacto,
nenhuma conversa, nenhuma preocupação. Aliás, pelo contrário, a
única menção ao facto, foi a publicação numa rede social de um
respeitável elemento da Direção a dar os parabéns à equipa pelo
qual nos trocaram, curiosamente, várias horas antes de ser público
o comunicado oficial que ditou esta situação.
Onde esteve o organismo que, no
Distrito, nos representa? Talvez sirva apenas para emitir ameaças
como aquela que fez em Mira ao SandGames de que “o campeonato para
nós acabava ali”. Se é só para isso que serve, esta Direção
não tem mais condições de continuar.
Finalmente, se estivesse no lugar
do outro Clube, A SandGames Figueira, conhecedora de toda a situação,
nunca teria a coragem de aceitar o convite quando sabia que o lugar
pertence por direito a uma outra formação. Nas palavras dos
dirigentes do Clube, “nunca aceitaríamos o convite, valores mais
altos se levantam”.
Apesar da explicação, vaga e
tardia, da FPF, tudo faremos para que a situação se clarifique e
sejam repostas a verdade desportiva, a justiça e a dignidade das
instituições, das quais exigiremos sempre, como cidadãos e amantes
de desporto, o comportamento mais exemplar."
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