quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Naval Canoagem conquista Bronze no Campeonato Nacional e tem canoista Maria Rei como única representante feminina de Portugal na maratona dos World Games na China!

A Canoagem da Associação Desportiva Naval Remo (ADNR) conquistou no passado fim de semana a primeira Medalha no Campeonato Nacional de Regatas em Linha realizada em Montemor-o-Velho 

De sublinhar que a Naval participou com 15 atletas, dos escalões de iniciado a infantil, que realizaram um total de 75 regatas, conquistando o 19º lugar entre os 50 clubes participantes.

Este fim de semana tivemos o evento mais difícil e emocionante do ano. Foi uma competição espetacular, não tanto pelos resultados, mas pelo crescimento competitivo que cada um dos atletas demonstrou”, destacou o treinador Andy Morales.“Olhando para os resultados, no ano passado apenas chegámos à Final B (…) e tivemos um resultado modesto (45º lugar com 30 pontos). Este ano, terminamos em 19° lugar com 780 pontos. Estar entre os primeiros 20 clubes do país é um enorme privilégio (são 50 clubes). Conseguimos levar quase todos os barcos às meias-finais e tivemos a oportunidade de aceder a 20 finais (finais A ou finais B), ganhámos a nossa primeira medalha e, mais importante, a atitude, a concentração e o empenho dos nossos Atletas foi inexcedível e foram um exemplo de superação. Por fim uma palavra de apreço e de agradecimento aos Pais pelo apoio e compromisso com o nosso Projeto... estas conquistas também são para eles.”, refere o treinador da Canoagem da Naval, Andy Morales.

Resultados:

C1 Infantil A Masculino 1000 - 3º Daniil Molchanov (medalha de bronze); K1 Iniciado B Feminino 200m - 13º Sara Mota; SUPC Infantil Feminino 200 - 4ª Leonor Serôdio; C1 Infantil Feminino 200 - 4ª Maria Casaleiro Dias; K1 Infantil B Feminino 200 - Luiza Gonçalves ficou-se pela 1ª eliminatória; C1 Infantil Feminino 500 - 5ª Maria Casaleiro Dias; C1 Infantil A Masculino 500 - 4º Daniil Molchanov; K1 Infantil B Masculino 500 - 13º David Condesso, Kayki Padilha ficou pela semi-final e Tiago Caldeira ficou pelas eliminatórias; K1 Infantil B Feminino 500 - 10ª Maria Montero, Luíza Gonçalves ficou pelas eliminatórias; K2 Iniciado Masculino 500 - 10º Salvador Andrade / Francisco Bicho Dias; K4 Infantil Masculino 500 - 5º David Condesso / Tomás Bernardes / Kayki Padilha / Tiago Caldeira; K1 Iniciado B Feminino 500 - 12ª Sara Mota; SUPC Infantil Feminino 500 - 4ª Leonor Serôdio; K1 Iniciado A Masculino 500 - 9º Martim Caldeira, 11º Salvador Andrade e 13º Guilherme Malhadas; K2 Infantil Masculino 500 - 12º David Condesso Gonçalves / Tomás Bernardes; K1 Iniciado A Masculino 1000 - 6º Francisco Bicho Dias, 12º Martim Caldeira, 13º Guilherme Malhadas; K1 Infantil B Masculino 1000 - 14º Tomás Bernardes, 15º Kayki Padilha, e Tiago Caldeira ficou pela eliminatória; K1 Infantil A Feminino 200 - Luna Alves ficou pela Semi-final; K1 Infantil A Feminino 500 - Luna Alves ficou pela Semi-final; K4 Iniciado Masculino 500m - Martim Caldeira / Francisco Bicho Dias / Salvador Andrade / Guilherme Malhadas viraram, tendo sido desclassificados; K2 Infantil Feminino 500 - 13ªs Maria Montero / Luiza Gonçalves.

Para o responsável pela Canoagem da ADNR, Gustavo Baeta, “é difícil ser frio e objetivo depois de um Campeonato Nacional tão rico em experiências e tão intenso”.

Quando iniciámos o projeto, delineámos uma estratégia e estabelecemos objetivos, que têm sido cumpridos e revistos em alta no que se refere ao nível de ambição e de exigência, só possíveis devido à seriedade, compromisso, profissionalismo, rigor e paixão dos responsáveis, do Treinador Andy Morales e voluntários que se dedicam diariamente e sem reservas a um conjunto de atletas, ambiciosos e empenhados, secundados por um conjunto de pais e familiares fantástico. A Canoagem da Naval é ainda um projeto muito jovem e só graças ao apoio de todos os que nos rodeiam é que tem dado passos seguros. É uma grande satisfação observar o que este Clube tem conseguido conquistar com os seus canoístas.”, realça Gustavo Baeta.

Mas a época desportiva ainda não acabou. A Naval Canoagem prepara já o próximo desafio que será nos dias 6 e 7 de setembro, com a realização do Campeonato Nacional de Primeiras Pagaiadas, na Vila do Prado.

…..........................................................................................................

Canoísta da Naval Maria Rei é única representante feminina de Portugal na maratona dos World Games que este ano se realizam em Chengdu, na China!
Com o sonho de alcançar os Jogos Olímpicos de 2028, a canoísta Maria Rei, única representante feminina de Portugal na maratona dos World Games 2025, concluiu um mês de preparação intensiva na Associação Desportiva Naval Remo (ADNR), na Figueira da Foz. A atleta de 25 anos, que já está a caminho de Chengdu, na China, com uma confiança renovada e a certeza de estar na melhor forma da sua carreira.

Após um resultado menos positivo no Campeonato Europeu em junho, Maria Rei sentiu que era imperativo "mudar alguma coisa". A solução foi encontrada nas águas do Mondego e no trabalho com o treinador da ADNR, Andy Morales.

A preparação focou-se não só no aumento da intensidade e do volume de treino, mas, crucialmente, no aprimoramento de aspetos técnicos e mentais.

"Independentemente do que aconteça, eu sei que estou numa forma, talvez na melhor forma dos últimos tempos da minha vida. Nunca me senti tão bem preparada", afirma a atleta. Um dos maiores progressos foi nas portagens (uma manobra técnica de sair do barco a correr e reentrar), que considerava ser um ponto fraco. "Quando aqui cheguei, sair do barco em andamento era quase impensável. Agora já é uma coisa mecanizada", explica Maria, que concilia o desporto de alta competição com a Licenciatura em Fisioterapia, na cidade de Aveiro.

Para a atleta natural de Pardilhó, que representa, atualmente, a Associação de Canoagem de Cacia, esta preparação é um passo fundamental no caminho para o seu maior objetivo. "Onde me vejo daqui a três anos? Nos Jogos Olímpicos. Gostava muito. Este é o meu maior objetivo", confessa.
O treinador Andy Morales confirma a evolução e elogia a mentalidade da canoísta. "A Maria é uma atleta muito disciplinada. O nosso trabalho centrou-se em potenciar algumas capacidades que estavam mais fracas e, sobretudo, em fortalecer a mente. Foram treinos duros, mas terminar com a Maria a sorrir era o sinal do seu crescimento físico e psicológico", destaca o técnico.

Com a competição a aproximar-se, Andy deixa uma mensagem final para a sua atleta: "Esperamos o melhor e preparamo-nos para o pior. Vamos com a melhor confiança do mundo."

A Associação Desportiva Naval Remo orgulha-se de ter contribuído para a jornada de Maria Rei, reafirmando o seu objetivo de crescer e consolidar o Clube como como um centro de excelência para a canoagem em Portugal. A cidade e o clube estarão a apoiar a atleta nos dias 9 e 10 de agosto, durante a sua participação nos World Games.

//////////////////////////////

Entrevista com Maria Rei: A Caminho dos World Reis - Da Figueira da Foz para o Mundo: A jornada de Maria Rei, a única representante de Portugal nos World Games

A atleta da Seleção Nacional de Canoagem, Maria Rei, de 25 anos, esteve durante o último mês na Figueira da Foz, em preparação intensiva para os World Games em Chengdu, na China. A treinar na Associação Desportiva Naval Remo (ADNR), sob a orientação do técnico Andy Morales, a única representante feminina de Portugal em canoagem de maratona parte para a competição com novos objetivos e uma confiança reforçada.

Antes da partida, conversámos com a atleta e com o seu treinador.

Pergunta (P): Maria, bem-vinda. Estiveste um mês na Figueira da Foz a treinar na Naval Remo. O que te trouxe até aqui?

Maria Rei (MR): Depois do Europeu de Maratona, em junho, as coisas não saíram muito bem e achei que tinha de mudar alguma coisa. Eu já conhecia o Andy (Morales) e sabia do excelente trabalho que ele tinha realizado com outras atletas. Decidi contactá-lo.

P: Como descreves este período de treinos no rio Mondego?

MR: Foram treinos muito intensos. Tivemos uma acumulação grande de quilómetros e fizemos muitas simulações de prova. Foi uma preparação que me desafiou muito, não só fisicamente, mas também mentalmente, para conseguir aguentar tudo. Sinto que tive de aumentar a minha capacidade de concentração e resiliência, mas o resultado é que nunca me senti tão bem preparada.

P: Falas em desafios. Houve alguma área técnica em que sentiste uma evolução notória?

MR: Sim, sem dúvida nas portagens. Na maratona, temos de sair do barco, correr com ele e voltar a entrar. Quando aqui cheguei, não tinha essa habilidade, sair do barco em andamento era quase impensável para mim, perdia muito tempo. Agora, passadas estas semanas, já é uma coisa mecanizada. Os miúdos do clube até brincavam comigo e perguntavam: "quantos mergulhos fizeste hoje?". Felizmente, foram diminuindo!

P: Partes agora para os World Games na China. Quais são os teus objetivos?

MR: O principal objetivo é superar aquilo que fiz no europeu. Gostava muito de trazer uma medalha para Portugal, mas o foco é sentir que fiz a minha melhor prova. Independentemente do que aconteça, sei que estou numa forma excelente.

P: E para além da China, olhando mais para a frente, qual é o teu grande sonho no desporto?

MR: O meu grande objetivo, o meu sonho, é estar nos Jogos Olímpicos de 2028. É para isso que trabalho todos os dias. Paralelamente, quero terminar a minha licenciatura em Fisioterapia e, talvez, fazer um mestrado.

P: Que conselho deixarias aos jovens atletas da Naval que te viram treinar diariamente?

MR: Diria para se divertirem. Quem faz desporto tem de gostar do que faz. Se estiverem aqui obrigados, não corre bem. É preciso ter rigor, claro, mas têm de desfrutar do desafio diário e do contacto com a natureza. A diversão é o mais importante.

Entrevista com o treinador Andy Morales (AM)

P: Andy, como foi receber o desafio de treinar a Maria para a maratona, que é uma disciplina com especificidades diferentes da velocidade?

AM: Foi uma surpresa dupla! Eu já esperava que ela pudesse ligar-me, mas a minha cabeça estava a processar um plano para a pista (velocidade). Quando ela disse que era para a maratona, a minha criatividade teve de ir para o céu! Foi um processo de aprendizagem para mim também. Tive de arranjar soluções para ela evoluir nas portagens e trabalhar muito os processos psicológicos, que são cruciais numa prova tão longa.

P: Como descreves a Maria enquanto atleta neste processo?

MR: A Maria tem uma excelente base de rendimento e ótimas capacidades físicas. Mas o que mais se destaca é a sua disciplina. É, sem dúvida, uma atleta muito disciplinada. Chega sempre cinco minutos antes dos treinos começarem. Essa disciplina e constância são o que, a longo prazo, a vai levar a atingir os objetivos que ela tem.

P: Qual é o balanço que fazes deste mês de trabalho intenso?

MR: Foram semanas de muito trabalho físico e mental. Fizemos muitos quilómetros. A Maria chegou a dizer "eu sou muito má nas portagens" e hoje está apta a dar aulas sobre o tema! Mas para mim, o melhor sinal de todos era vê-la terminar um treino duro com um sorriso no rosto. Isso significava que houve um crescimento físico, mas também psicológico.

P: É difícil para um treinador não estar presente na competição. Que mensagem final lhe transmitiste?

MR: É verdade, as palavras certas surgem no momento. Mas há uma frase muito importante que quero que a Maria leve com ela e que resume a nossa filosofia: "Esperamos o melhor e preparar-mo-nos para o pior". Significa que trabalhámos para aperfeiçoar tudo e vamos com a máxima confiança, mas estamos mentalmente preparados para qualquer cenário que a prova apresente.

Sem comentários: